A União Cívica Radical (UCR) está a preparar-se para uma mudança radical na sua orientação política. Com a saída de Martin Loustau da presidência do Comité NacionalA direção do partido convocou uma reunião plenária para a restauração do poder na sexta-feira, 12 de dezembro, às 14h, em sua histórica sede na rua Alcina 1786, em Buenos Aires.
O senador e o deputado eleito não tentarão restabelecer o mandato, o que é confirmado pelo seu próprio ambiente.. Durante a sua presidência, Loustau enfrentou uma pressão crescente de questões internas e de setores que optaram por estar politicamente próximos do presidente. Xavier Miley. Esse grupo, denominado “Whigs com radicais”, ganhou visibilidade nos últimos meses e alterou o equilíbrio interno.
Uma declaração do partido indicou que a mesa nacional decidiu por unanimidade realizar uma reunião plenária. A consolidação do corpo votante é composta por representantes da Juventude Radical, Franza Morada, Fórum do Prefeito, Organização dos Trabalhadores Radicais e UCR Diversidad, além de quatro representantes por província.
Governadores contestando
A disputa central é entre duas correntes que até um ano atrás funcionavam como blocos: O chamado “Grupo Malbec” formado por Alfredo Cornejo e Gustavo ValdésAgora dividido. O lugar de Lousteau é o declínio político e Geraldo MoralesOs dois líderes regionais emergiram como figuras fortes rumo à liderança nacional.
Eles parecem estar muito próximos do governo Leandro Zdero (Chaco) e Alfredo Cornejo (Mendoza)que formaram alianças eleitorais com La Libertad Avanza. O fluxo oposto levou Gustavo Valdés (Corrientes)Afastado da Casa Rosada desde meados do ano e hoje alinhado às Províncias Unidas o local é formado por lideranças com perfil mais federal Carlos Sadir (Jujuy) e Maximiliano Pullaro (Santa Fé).
Valdés acrescentou apoio e Cornejo permaneceu esperançoso
Valdés parece ter chegado à definição com mais impulso político. Manteve o governo, liderou a única província em que as Províncias Unidas venceram a eleição de deputados e já contava com o apoio popular dos senadores. Gabriela Valenzuela e Pablo Blanco. Ambos exigiram de braços abertos que ele assumisse as rédeas do Comitê Nacional.
Cornejo, por outro lado, é visto como uma alternativa sólida a um setor alinhado com o partido no poder. A sua comitiva reconheceu que ele estava a avaliar a candidatura, embora procurasse evitar a introversão aberta que fraturaria ainda mais o radicalismo. Paralelamente, o nome de Buenos Aires Maximiliano AbadeSua equipe já descartou a possibilidade de disputar.
Radicalismo face à redefinição estratégica
O debate subjacente não é apenas sobre nomes: Esta é a orientação política seguida pela UCR na sua relação com Miley, o Congresso e as províncias. O partido é eleitoralmente prejudicado pelo processo e apresenta divisões cada vez mais profundas.
Valdés continua sua viagem comercial pela Índia e retornará na próxima semana, quando terá que lidar com um cenário doméstico fervilhante. Cornejo, por sua vez, espera para ver como os números se reorganizam. A reunião plenária de 12 de dezembro determinará quem liderará o radicalismo que precisa redefinir a sua identidade no novo mapa político nacional.



