O Presidente dos Estados Unidos voltou a dar o alarme internacional, afirmando que “em breve veremos ações no terreno na Venezuela” no âmbito da sua ofensiva contra o tráfico de droga.
As propostas foram apresentadas numa mesa redonda na Casa Branca sobre o combate aos cartéis de droga e ao tráfico de seres humanos, onde também acusou – sem apresentar provas – a China de usar a Venezuela para comercializar fentanil.
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“A China está a usar a Venezuela para traficar fentanil. Em breve veremos ações no terreno”, alertou Trump às autoridades e conselheiros de segurança.
O presidente também anunciou que abordará o assunto com o presidente chinês, Xi Jinping, na próxima reunião, marcada para a próxima semana. Segundo Trump, a produção e comércio de fentanil – medicamento que cria dezenas de milhares de doses fatais nos Estados Unidos todos os anos – será uma das questões centrais da reunião bilateral.
Operações militares e tensão crescente no Caribe
Nas últimas semanas, os militares dos Estados Unidos intensificaram a sua presença nas Caraíbas e no Pacífico, no âmbito da campanha contra o tráfico de droga. Dados do portal Flightradar24 confirmaram o ataque de um bombardeiro B-1B sobre a costa da Venezuela, a segunda manifestação da Força Aérea norte-americana numa semana, após a passagem de bombardeiros B-52 pela mesma zona.
Embora Trump tenha negado a operação – “é falsa”, respondeu à imprensa – as fotos e registos do voo contradizem a sua versão. Segundo analistas militares, as medidas fazem parte da pressão militar sobre Caracas em meio a uma organização regional que inclui destróieres, submarinos e navios com forças especiais.
Washington afirma que as ações visam interceptar rotas de comércio de drogas da Venezuela para os EUA, mas o governo de Nicolás Maduro afirma que se trata de um plano secreto para promover a mudança de regime.
Venezuela e Colômbia tratam de assuntos dos EUA
O presidente Nicolás Maduro afirmou que o país possui 5.000 mísseis terra-ar de origem russa para conter qualquer invasão. Entretanto, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, alertou que “qualquer operação da CIA em território venezuelano está a falhar” e ordenou novos exercícios militares nas fronteiras do país.
“Os agentes podem infiltrar-se, mas nenhuma tentativa de acabar com isso terá sucesso”, disse Padrino em resposta aos recentes comentários de Trump.
Por sua vez, o presidente colombiano, Gustavo Petro, acusou os Estados Unidos de cometerem execuções extrajudiciais nas suas operações nas Caraíbas e no Pacífico, depois de terem afundado um barco militar norte-americano alegadamente envolvido no tráfico de droga ao largo da costa da Colômbia.
“Estas manobras violam as convenções internacionais e representam o uso de força desproporcional”, disse Peter, nas mais duras críticas a Viena.
Um cenário de alta tensão regional
As declarações de Trump e o estabelecimento das forças armadas dos EUA geraram preocupação internacional sobre a possibilidade de conflito na América Latina.
Enquanto a Casa Branca mantém a sua retórica contra o tráfico de droga, governos como o da Venezuela, da Colômbia e de Cuba alertam para os perigos de intervenções secretas na região.
Neste contexto, os analistas prevêem que as próximas semanas serão decisivas: uma combinação de ações militares, tensões diplomáticas e acusações passageiras poderá marcar uma nova crise nas relações entre Washington e Caracas.



