Já se passou um ano desde que o líder sírio Bashar al-Assad caiu. Qual nação comemora seu aniversário na segunda-feira.
LEILA FADEL, ANFITRIÃ:
Hoje, os sírios assinalam o primeiro aniversário da queda do regime do ditador Bashar al-Assad. O líder da oposição, um antigo combatente da Al-Qaeda, é agora o presidente da Síria. Ele foi recebido na Casa Branca, abraçado por muitos, senão por todos, os sírios. Eles se correspondem com Jane Arraf sobre as celebrações de Damasco e ela está na linha comigo agora. Olá, Jane.
JANE ARRAF, BYLINE: Olá, Leila.
FADEL: Em que cidade você está? O que você vê?
ARRAF: Estou na Praça Umayyad, que, como você sabe, é um dos grandes marcos da cidade.
FADEL: Sim.
ARRAF: E você se lembra quando estávamos em Damasco, logo após a queda do regime, que era uma loucura, certo?
FADEL: Sim.
ARRAF: Eles ficavam na rua o tempo todo, agitando bandeiras, cantando.
FADEL: Sim.
ARRAF: Mais ou menos como agora, apenas cerca de 10 vezes mais. Daí milhares de pessoas. Esta é uma breve pausa nas celebrações que realmente aconteceram durante estes dias – desfiles, pessoas marchando, buzinas tocando. É um feriado. Mas você vê que a cidade está um pouco diferente agora – mais limpa, mais organizada, e as pessoas são justas – as pessoas aqui, no entanto, estão cheias de alegria. Eles trazem uma alegria que você não consegue sentir, mas certamente sentem. Está livre do medo.
FADEL: Sim. Ano, o que mais está acontecendo hoje para comemorar?
ARRAF: Bem, como você sabe, depois de décadas de governo de Assad, e depois da guerra civil que durou de 2011 até o ano passado…
FADEL: Sim.
ARRAF: … Grande parte desta alegria está misturada com dor.
FADEL: Claro.
ARRAF: Esta manhã estávamos em frente à mesquita, uma das principais mesquitas do bairro onde a rebelião foi mais forte, e centenas de pessoas foram mortas na repressão do governo. Suas imagens agora alinham-se nas paredes daquela mesquita e foram divididas em blocos. As pessoas naquela mesquita e em todo o país testemunharam a sua fé aos muçulmanos, esta manhã, no momento em que Damasco foi libertada.
GRUPO: (Cantando em um idioma diferente do inglês).
ARRAF: Eles também agradeceram pelas orações do amanhecer pela rebelião. Falei com uma mulher lá. Alguns deles mostravam fotos de seus entes queridos desaparecidos ou falecidos. E uma mulher me disse que considerava toda a sua família. O que ainda são valas comuns aqui, essa dor. Muitas pessoas não sabem o que aconteceu com seus entes queridos.
FADEL: Sim. O que, o que é o presidente da Síria, este novo presidente Ahmed al-Sharaa, em quem muitos sírios acreditam, mas muitos sírios que são céticos, o que ele está dizendo às pessoas hoje?
ARRAF: Bem, parece muito difícil fazer este trabalho. Para suprimir a violência, para aumentar a confiança entre os sírios. Conversamos com o ativista sírio-americano Moaz Mustafa. Nós cobrimos isso desde o início e antes. Há uma necessidade urgente de negócios provenientes da Síria. Ontem ele se encontrou com al-Sharaa e disse que a oposição deve construir instituições.
MOAZ MUSTAFA: Nunca deveria haver um país que se baseasse inteiramente na presença de apenas uma pessoa. Mas penso que um dos desafios da construção de instituições e de um processo político que seja representativo permite à Síria sobreviver, se, tal como está, estiver a morrer a qualquer momento.
ARRAF: Sim, de facto, parece haver um equilíbrio entre esse culto à celebridade e as pessoas e nações que pensam que al-Sharaa não foi além das suas raízes militantes.
FADEL: Essa é Jane Arraf em Damasco. Nós agradecemos.
ARRAF: Obrigado.
(MÚLTIPLAS MÚSICAS)
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