A administração Trump diz que quer que as empresas petrolíferas dos EUA regressem à Venezuela, mas algumas não querem investir novamente. Porque é que as empresas petrolíferas estão a reagir contra um país com grandes reservas de petróleo?
MUDANÇA DE AILSA, ANFITRIÃO:
O presidente Trump anunciou recentemente a proibição dos embarques de petróleo de e para a Venezuela, aumentando a pressão sobre o presidente Nicolás Maduro para que renuncie. Trump diz que o investimento permanecerá até que o petróleo que ele exigiu retorne ao país, citando “roubo” de empresas petrolíferas norte-americanas. Agora, os EUA já apreenderam dois barris de petróleo com destino à Venezuela e estão a perseguir um terceiro. A Chevron é a única empresa petrolífera dos EUA na Venezuela neste momento. E, segundo o Politico, as petrolíferas americanas já disseram a Trump que não têm interesse em regressar ao país, mesmo que haja uma mudança de governo. A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo, então porque é que os gigantes do petróleo não querem que os EUA façam negócios lá? Bem, para nos ajudar a responder a essa pergunta, estamos agora acompanhados por Scott Modell, CEO da empresa de consultoria industrial Rapidan. Obrigado.
SCOTT MODELL: Obrigado, Ailsa.
MUDANÇA: Quero começar aqui com as palavras do presidente. Num post do Social Truth, ele disse que a pressão sobre a Venezuela continuará, dizendo “até que devolvam aos Estados Unidos tudo, petróleo, terras e outros bens que nos roubaram antes”. Você pode falar sobre quem você acha que o presidente está falando lá?
MODELO: Quando o presidente fala em roubar petróleo. Penso que ele está basicamente a dizer que outros entraram – China, Rússia, Irão e outros – e a nossa influência desapareceu neste hemisfério, e especialmente na Venezuela. E durante muito tempo concentraram-se na Venezuela. É um país rico em petróleo, como você disse, e Trump acredita que temos primazia lá, que deveríamos estar no comando da produção e do desenvolvimento de petróleo, como estávamos quando a Conoco estava lá, quando a Exxon estava lá e quando outros estavam lá, e então, de repente, eles foram expropriados e expulsos. Você se pergunta por que a seleção dos EUA não concorre. É um obstáculo alto para eles voltarem. É uma grande barreira para eles pensarem, bom, desta vez vai ser diferente.
MUDANÇA: Você tem boas conversas com os membros do conselho? Tipo, você tem alguma ideia de como os chefes das empresas petrolíferas estão reagindo aos acontecimentos na Venezuela neste momento?
MODELO: Acho que eles estão olhando para isso com cautela. Eu não acho que eles queiram pular. Eu sei que o presidente quer ver a Conoco e a Exxon de volta, e que nós sigamos rapidamente a maneira do governo de mudar a forma como, com empresas norte-americanas influentes, fazemos as coisas dessa maneira. mas os conselhos ficarão muito relutantes. Até que estabilizem o risco político acima do solo na Venezuela – e isso levará anos – não creio que os veremos correndo para eles novamente.
MUDANÇA: E quanto aos desafios económicos do regresso à Venezuela? Que tipo de infra-estrutura precisaria ser construída se essas empresas fizessem negócios lá?
MODELO: Essa é uma ótima pergunta. Acho que a primeira coisa que você procura quando olha para os campos de petróleo é que existem poços de petróleo e os poços estão corroídos. Tubulações que corroem. As instalações de mistura precisam ser reparadas. Apenas conseguir um fluxo constante de eletricidade para os campos já era um problema. As operações petrolíferas são sempre encerradas até à falha da rede. Então eles vão cuidar da água e da energia e coisas assim.
MUDANÇA: E além de todos esses desafios reais que você descreve, a economia venezuelana está em má situação, certo? É como uma hiperinflação. Pessoas em idade avançada estão deixando o país. Governo não é corrupção. Quero dizer, por que qualquer empresa com todos esses problemas investiria razoavelmente nesta região? O que você acha?
EXEMPLO: Não creio que isso aconteça, porque, novamente, além de toda a infraestrutura petrolífera que a Conocos e a Exxons verão, é um estado de direito básico. Mesmo que Maduro e…
MUDANÇA: Sim.
MODELL: …E este establishment chavista no auge da mudança, o seu ecossistema ainda será os seus tribunais, reguladores e instituições petrolíferas públicas. Eles levarão anos para serem previstos.
MUDANÇA: Mas estará o governo federal a fazer o suficiente para que estas empresas de testes de petróleo nos EUA façam negócios na Venezuela? Da mesma forma, o Presidente Trump deixou bem claro que apoia a indústria petrolífera. Na sua opinião, oferece incentivos financeiros suficientes para fazer negócios na Venezuela?
MODELO: Ailsa, acho que não. Acho que eles só precisam ter uma discussão agora. As pessoas estão começando a considerar isso seriamente. Mas as grandes companhias petrolíferas estão a comparar a Venezuela com outros lugares que são relativamente mais atraentes, como a Guiana. Mesmo que a Venezuela esteja melhor, e mesmo que o Presidente Trump a considere um lugar onde pretende encorajar as empresas petrolíferas, as grandes empresas serão hoje mais exigentes.
CHAN: Esse é Scott Modell, CEO da empresa de consultoria de energia Rapidan. Muito obrigado.
MODELO: Obrigada, Ailsa, por me receber.
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