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Drogas de guerra e política em uma cidade maravilhosa

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A batalha no Rio de Janeiro contra o governo vermelho nas favelas do Alemão e da Penha mostra a profundidade do alcance do crime organizado na região, mas também parece que as suspeitas são muito mais sérias do que a realidade.

Por Marcelo Cantelmi, no jornal Clarín.

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A sangrenta batalha da montanha de mortos no Rio de Janeiro contra um dos maiores cartéis de drogas do Brasil deixa algumas lições notáveis. que se suspeita que essa coisa seja muito mais do que parece. Em princípio, de fato, isso extorsão Este desafio transnacional atingiu um país contaminado há anos que os EUA justificam bombas no Mar das Caraíbas ou no Pacífico sobre alegados barcos de droga.

Toda a cena mostra que estes já não são criminosos; mas das enormes instituições de guerra desta época com capacidade, autoridade e poder territorial. Chegaram ao ponto de enviar drones policiais, como na Ucrânia ou no Médio Oriente, e guardaram o guarda-chuva e mantiveram-no perto de quase uma centena de armas. Internamente, este grave acontecimento, de magnitude inusitada, faz da segurança ou da sua ausência um tema dominante na agenda pública e na perspectiva das eleições do próximo ano, para as quais o Presidente Lula da Silva seria favorecido. Ele acaba de anunciar na Ásia, precisamente nos resultados coincidentes das eleições, o seu plano de concorrer à reeleição, buscando um quarto mandato.

Um elemento adicional, não menos secundário, relacionado com o primeiro é o pano de fundo deste incidente. tinham como objetivo reforçar o ódio que divide os brasileiros devido a disputas acaloradas entre Bolsonaro e a atual administração. O presidente do Rio de Janeiro, Claudio Castro, que ordenou um pesado contingente de 2.500 policiais, helicópteros e comandos, mas evitou visivelmente notificar o poder executivo, é o chefe do polêmico partido Liberal do ex-presidente Jair Bolsonaro, recentemente condenado a 27 anos de prisão por conspiração.

A suspeita levou inevitavelmente ao ataque das duas favelas pelo Exército Vermelho poderia ser construído para efeito político e para mostrar um governo central vulnerável e mais duvidoso diante desta ameaça. “Não temos veículos blindados, nem forças federais e nem segurança. Estamos sozinhos nessa luta e estamos realizando a maior operação da história do Rio”. Ele disse que a imprensa enfatizou essas diferenças. Horas depois, a coligação governista foi discutida com os dois candidatos de Bolsonaro para o próximo ano, Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Romeu Zema (Minas Gerais), levantando os mesmos argumentos sobre a suposta negligência do líder petista.

A Constituição proíbe o governo federal de intervir; Isto só poderá ser feito se as autoridades do Estado pedirem especificamente ajuda, admitindo que o crime organizado não pode ser enfrentado. Castle não acompanhou esse processo e, em vez disso, preparou uma mensagem destinada à população aterrorizada que não se limita às técnicas jurídicas.

Se este é o caso daqueles que postulam uma dupla intenção, não está imediatamente claro. se a operação saiu do controle ou se este foi um resultado brutal e espetacular que se pretendia. Vestígios de matança, cabeças decepadas, mãos amarradas, armas, confirmam isso nos muitos cadáveres. “Um grande golpe público”, comentou Jacqueline Muñiz, pesquisadora de segurança pública da Universidade Federal Fluminense. O artista destaca outro ângulo importante: os policiais envolvidos na operação não pertencem às unidades individuais de combate ao crime organizado, fato notável pela improvisação.

Os ministros do governo de Luiz Inácio Lula da Silva concordam e consideram silenciosamente toda a operação de desastre, segundo dizem fontes políticas no Brasil a esta coluna. O comandante do castelo define isso como um sucesso. Os críticos concordam, mas num certo sentido: o que possibilitou a construção do poder político ao buscar transferir a responsabilidade para o governo federal intervencionista, dizem petistas. “Cedes eleições planejadas” Marcelo Freixo, presidente da Embratur, órgão oficial de turismo e deputado do PT Brasil, convocou.

No dia da batalha, duas coisas aconteceram para alimentar essas recepções: Bolsonaro havia pedido ao Supremo que revisasse a decisão, buscando reduzi-la ou enfraquecê-la. relatórios de objeções processuais. Lugares no Tribunal exigem contra isso.

Mais relevante ainda, o Senado dos Estados Unidos, numa rara acção bipartidária, uniu os Democratas a um grupo de Republicanos aprovar o plano de Donald Trump de condenar as tarifas impostas ao Brasil por causa da sentença condenada por Bolsonaro. Notícia que confirma a decisão do Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Pouco antes, no último dia, o líder Lula e o líder norte-americano realizaram uma cúpula na Malásia, abrindo a possibilidade do retorno das sanções e da reunificação de enorme valor político entre as duas maiores economias do hemisfério.

Ao mesmo tempo, uma pesquisa do Instituto Paraná Pesquisa, que geralmente divulga pesquisas encomendadas pelo Partido Liberal ou seus aliados, indicou em pesquisa nacional que o líder do PT já havia se deslocado muito para o centro político; superaria as margens do bolsonarismo para seis pontos se as eleições fossem realizadas hoje. Estes desenvolvimentos, e especialmente a cimeira descontraída na Malásia, dissolvem o valor simbólico da proximidade com Trump, que procurou retratar o bolsonarismo como um aríete, que afirmou que Lula atacaria a Casa Branca como se fosse o autocrata chavista Nicolás Maduro.

Nesse contexto, o governo federal, em conjunto com o presidente da Ásia, interpretou a operação no Rio como uma reação como resultado da consolidação de Lula. Um processo que se tem desenrolado de forma inesperada desde que Trump multou o país. O Brasil teve a prudência de enfrentar esse desafio na ponta dos pés, evitando contramedidas, protegendo os reféns e recrutando apoio para os setores executivos mais críticos, como o agronegócio. A má imagem do magnata também ajudou a república uma enorme faixa de eleitores de classe média que são definidos pelo centro do poder no Brasil.

Mas mesmo nesta missão cega houve erros notáveis ​​por parte do governo federal. Em particular, Lula da Silva é considerado azarado “O poder dos traficantes de drogas sobre os consumidores” tentativa desorganizada e incomum de expor a ausência de comportamento nos países do norte global para controlar o consumo. Este comentário é provavelmente a coisa mais importante no Rio, mas sem dúvida o motivo foi levado.

a verdade é que se trata de uma operação “Golpe duro para Lula”“, como aponta Roseann Kennedy na página Ficar Isto acontece apesar de a posição de Castro ter sido fortemente expressa ou de o juiz do Supremo Tribunal Alexandre de Moraes ter iniciado uma investigação independente sobre o que aconteceu no Rio.

Segurança pública é um ponto fraco da administração públicauma falha comum na experiência do centro-esquerda, a nuance política que este governo diluiu no processo de centro-direita, mas permanece em muitos aspectos, como se confirma a opinião do presidente.

Lula parece ter levado um golpe. ele sabe quando ganha e quando perde. Ele deixou uma mensagem de solidariedade aos cidadãos contra o tráfico e o repúdio, mas nada disse sobre a operação no silêncio e na procissão condenada por seus dirigentes. No dia seguinte promulgou uma lei contra o crime organizado, assinada por ninguém menos que Sergius Mori, ex-juiz e agora senador, que o enterrou na prisão durante 88 dias. Lições difíceis de pragmatismo.

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