A representação reproduz a dinâmica interna galáctica com resolução sem precedentes, incluindo gravidade, fluidos, processos químicos e explosões de supernovas.
Como é realmente a nossa galáxia por dentro? Até agora, essa questão foi preenchida inteiramente com suposições e modelos incompletos. Mas Uma equipe de cientistas conseguiu o que parecia impossível: recriar a Via Láctea com mais de 100 bilhões de estrelas, uma por uma, com inteligência artificial..
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O resultado é uma simulação tão detalhada que nos permite ver como a galáxia evoluiu ao longo de milhares de anos. E o mais surpreendente: tudo é calculado em horas, antes que demorasse décadas.
A representação reproduz a dinâmica interna da Via Láctea com gravidade, fluidos, processos químicos e explosões de supernovas.Para uma conclusão sem precedentes. Segundo os pesquisadores, o novo modelo é 100 vezes mais detalhado que os métodos tradicionais e ao mesmo tempo 100 vezes mais rápido.
A simulação foi apresentada na International Supercomputing Conference SC ’25 E representa um marco para a astronomia: até agora, nenhum computador foi capaz de seguir a vida individual de tantas estrelas porque o processo é muito lento. Para simular um milhão de anos, os métodos tradicionais requerem mais de 300 horas de computação. É preciso esperar mais de 36 anos para chegar a um bilhão de anos.
A nova técnica reduz esse tempo para cerca de 115 dias. E um milhão de anos pode ser processado em menos de três horas.
Como é possível a simulação de galáxias?
Uma equipe de pesquisadores do Centro RIKEN de Ciências Teóricas e Matemáticas Interdisciplinares, liderada por Keiya Hirashima, criou um sistema que combina duas abordagens: simulações físicas clássicas, que levam em conta a gravidade, gases e explosões estelares, e um modelo de inteligência artificial para prever como o gás se move após a erupção.
Esse atalho permite que a IA faça partes mais lentas do cálculo sem perder a precisão. Os resultados foram comparados e consistentes com simulações executadas em supercomputadores como o Fugaku, um dos mais poderosos do mundo.
Antes de implementar o sistema, era preciso fazer uma escolha: simular toda a galáxia com poucos detalhes ou estudar pequenas regiões com grande precisão. Desta vez, pela primeira vez, foi possível ter os dois: uma visão completa da Via Láctea e, ao mesmo tempo, detalhes minuciosos de como as estrelas nascem, explodem e evoluem.
Para os cientistas, isto significa uma compreensão mais realista de como os braços espirais mudam, como a matéria escura é distribuída ou como as supernovas afetam o ciclo de vida do gás interestelar.
Reconstruir a Via Láctea estrela por estrela é o sonho da astrofísica. Uma combinação de IA e supercomputação torna isso possível agora. O próximo passo é usar essa tecnologia para estudar outras galáxias, resolver questões em aberto sobre a origem dos elementos e criar visualizações interativas pelas quais qualquer pessoa possa navegar pela história da galáxia.
Um avanço que também pode melhorar o clima
Por mais estranho que possa parecer, a tecnologia usada para simular a Via Láctea não é usada apenas para estudar o espaço. Muitos modelos meteorológicos e climáticos têm problemas semelhantes: são muito lentos, com processos muito rápidos e requerem enorme poder computacional.
Os pesquisadores acreditam que o método também pode acelerar simulações da atmosfera, do oceano ou do desenvolvimento de novos materiais.


