Donald Trump e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, iniciaram na quinta-feira um “longo” telefonema, segundo o presidente norte-americano, que receberá na sexta-feira o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Donald Trump escreveu na rede Truth Social: “Estou conversando com o presidente Putin agora. A conversa é contínua, longa e, como o presidente Putin, eventualmente irei relatar sobre este assunto.”
Esta entrevista ocorreu na véspera da visita à Casa Branca do presidente ucraniano, que veio pedir ao seu homólogo mísseis de cruzeiro Tomahawk.
Donald Trump já afirmou anteriormente que pretende reunir-se com o Presidente russo antes de tomar uma decisão sobre esta questão.
Estes mísseis americanos permitirão à Ucrânia atacar profundamente o território russo, e Moscovo já avisou que a entrega destas armas a Kiev criaria uma “escalada” aos seus olhos.
Tomahawk será o “tópico principal” de sua reunião com Donald Trump na sexta-feira, disse um alto funcionário ucraniano à AFP na quinta-feira, enquanto a Rússia intensifica os ataques à infraestrutura energética na Ucrânia.
Embora os ucranianos tenham medo de passar o inverno sem luz e aquecimento, ele também falou sobre os sistemas de defesa aérea Patriot.
O presidente americano até agora colocou em dúvida as suas intenções.
“A Ucrânia quer partir para a ofensiva, eu decidirei sobre isso”, disse ele na quarta-feira.
Ele disse no domingo que o uso do Tomahawk pela Ucrânia seria “outro passo agressivo”.
Ataques Principais
Vladimir Putin alertou que a entrega destes mísseis criaria “nova tensão” e afetaria as relações entre Washington e Moscovo.
A Ucrânia é alvo de novos ataques russos há dez dias.
Segundo a Força Aérea Ucraniana, na noite de quarta para quinta-feira, a Rússia disparou uma série de 320 drones e 37 mísseis, destacando que 283 drones e cinco mísseis foram abatidos.
Os ucranianos querem reforçar a eficácia das suas defesas antiaéreas para fazer face a estes ataques massivos.
O encontro entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky talvez revele mais sobre o estado de espírito actual da mudança do presidente americano.
Para surpresa de todos, ele previu recentemente que a Ucrânia poderia vencer o conflito, saudando a resistência desde a invasão russa em Fevereiro de 2022.
Mas alguns observadores acreditam que os elogios podem sinalizar um desejo de romper com o presidente norte-americano, que tem tendência a deixar o conflito seguir o seu curso.
Donald Trump recebeu Vladimir Putin no Alasca em agosto de 2015 para uma cimeira que não conduziu a quaisquer progressos tangíveis.
O líder republicano, que sempre se vangloriou de ter um excelente relacionamento com o Presidente russo, mudou recentemente ligeiramente de tom, dizendo estar “muito decepcionado” com o seu homólogo.
No entanto, ele não exerceu pressão significativa sobre a Rússia desde que regressou ao poder.
Donald Trump disse na terça-feira que Vladimir Putin “não quer acabar com esta guerra”.