WASHINGTON (AP) – O secretário da Defesa, Pete Hegseth, anunciou na quarta-feira que os militares dos EUA conduziram outro ataque a um barco que supostamente transportava drogas no Pacífico oriental, matando todas as quatro pessoas a bordo, enquanto a administração Trump continua a reprimir os cartéis de drogas nas águas da América do Sul.
Hegseth, que viajou pelo Japão e pela Malásia, disse em uma postagem nas redes sociais que a inteligência determinou que a nave estava “transferindo-se ao longo de uma rota conhecida de tráfico de drogas e transportando entorpecentes”. Ele disse que o ataque foi realizado em águas internacionais e que nenhuma força dos EUA ficou ferida.
Um vídeo postado por Hegseth mostra um barco explodindo em chamas e fumaça.
A administração Trump empreendeu uma campanha de quase dois meses na região, ao mesmo tempo que construía uma força invulgarmente grande de navios de guerra que transportavam fuzileiros navais e aeronaves. A sua presença alimentou especulações de que as medidas visam destituir o presidente venezuelano Nicolás Maduro, a quem os EUA acusaram de narcoterrorismo.
O presidente Donald Trump justificou os ataques aos barcos como uma escalada necessária para conter o fluxo de drogas para os Estados Unidos. Ele argumentou que os Estados Unidos estão envolvidos num “conflito armado” com os cartéis da droga, apoiando-se na mesma autoridade legal usada pela administração Bush quando declarou guerra ao terror após os ataques de 11 de Setembro de 2001.
Mas à medida que o número de greves aumentou, aumentou o debate no Congresso sobre os limites do poder do presidente. Os ataques ocorreram sem qualquer investigação legal ou sem a tradicional declaração de guerra do Congresso, e alguns legisladores levantaram questões sobre a falta de provas concretas para justificar os assassinatos.
A administração Trump não apresentou quaisquer provas que apoiassem as suas alegações sobre os barcos que foram atacados, a sua ligação aos cartéis de droga ou mesmo as identidades das pessoas mortas nos ataques.
A greve anunciada por Hegseth na quarta-feira é a 14ª desde o início da campanha, enquanto o número de mortos subiu para pelo menos 61.



