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Música: um acordo sem precedentes entre a Universal e a Udio marca um marco na criação de inteligência artificial

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O gigante Universal Music Group e a start-up Udio assinaram um acordo sem precedentes para lançar uma plataforma de criação musical de IA, abrindo uma nova página na história da música virada de cabeça para baixo pela inteligência artificial.

“A nova plataforma, que será lançada em 2026, será alimentada por tecnologia de IA generativa de ponta que será treinada em música autorizada e licenciada”, disseram as duas empresas americanas em um comunicado de imprensa divulgado durante a noite de quarta para quinta-feira.

O “novo serviço de assinatura” permitirá aos usuários “personalizar, transmitir e compartilhar músicas de forma responsável na plataforma Udio”, afirmou.

O modo como funciona ainda não foi determinado, mas levanta questões sobre a liberdade de adesão dos artistas, o nível das taxas e até mesmo a distribuição da música a ser produzida na plataforma.

Esta é a primeira vez que tal acordo é assinado: é o resultado de negociações realizadas pelas principais empresas mundiais para regular a utilização do catálogo de estrelas, incluindo Taylor Swift, The Weeknd, Lady Gaga, através de licenças e chaves de utilização de música dentro de um quadro legal.

“Esses novos acordos com a Udio demonstram nosso compromisso em fazer o que é certo com nossos artistas e compositores, adotando novas tecnologias, desenvolvendo novos modelos de negócios, diversificando fontes de receita e muito mais”, disse Lucian Grainge, CEO do Universal Music Group (UMG).

“Juntos, estamos construindo o ambiente tecnológico e comercial que expandirá fundamentalmente o que é possível na criação”, disse o CEO da Udio, Andrew Sanchez.

Ao mesmo tempo que o anúncio desta futura plataforma, as duas empresas afirmaram que tinham resolvido um litígio não especificado sobre violação de direitos de autor através de um acordo amigável.

queda de braço

A indústria musical está a confrontar empresas musicais geradas por IA, acusadas de pilhar massivamente obras protegidas, violando direitos de autor e, portanto, sem pagar compensação aos detentores dos direitos das obras que treinaram.

A Recording Industry Association of America, uma organização interprofissional americana, tomou medidas legais contra Udio e seu rival Suno em junho de 2024, mas nenhum progresso real foi feito até o momento.

As negociações foram iniciadas em paralelo entre as três principais empresas (Universal, Warner e Sony) e estas empresas. A parceria entre UMG e Udio surge como resultado destas negociações.

Ainda no campo da inteligência artificial, a UMG também anunciou na quinta-feira que está fazendo parceria com a start-up Stability AI, com sede em Londres, para desenvolver novas ferramentas de criação musical.

Além dessas locomotivas, outras negociações estão dando frutos: em agosto, foi assinado um acordo entre a editora musical independente Kobalt, seu parceiro licenciador Merlin e a Eleven Music, plataforma de músicas produzidas por inteligência artificial.

Mas a controvérsia é enorme: em Setembro, a Confederação Internacional de Editores Musicais (ICMP), uma organização internacional de editores musicais, anunciou os resultados de um inquérito de quase dois anos sobre o funcionamento de serviços generativos de IA.

“As maiores empresas de tecnologia do mundo, bem como empresas especializadas em inteligência artificial, como OpenAI, Suno, Udio, Mistral, estão envolvidas na maior violação de direitos autorais já observada”, disse mais tarde à AFP o diretor-geral do ICMP, John Phelan.

Organizações que representam os detentores de direitos, como a francesa Sacem, apelam a uma regulamentação mais rigorosa sobre a forma como as empresas de IA pagam os escritores e compositores da música para a qual treinam.

Mas estes estão muitas vezes escondidos atrás da “utilização justa”, uma excepção aos direitos de autor que permite a utilização não autorizada de uma obra em determinadas circunstâncias.

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