A Rússia usou mercenários cubanosdesde 2023mas aumentou seu uso nos últimos meses. Os soldados cubanos estão familiarizados com as armas, são treinados e são pagos barato, reduzindo a zero o custo político de Putin para Putin. Ninguém em Moscovo se queixa da morte de soldados estrangeiros.
As acusações de Mercenários cubanos lutam pela Rússia na Ucrânia pode parecer novo, mas para Cuba este tipo de compromisso é normal. 1963, Cubaenviou soldados para a Argéliaparticipar num conflito com Marrocos. Naquele ano, Cuba introduziu irregularmente o serviço militar obrigatório, que seria formalizado e fortalecido em 1973.
Outro mecanismo utilizado por Cuba foi brigadas médicasque, ao mesmo tempo que prestava serviços de saúde, também desempenhava um duplo papel na inteligência militar. Finalmente, na década de 2000, Cuba enviou tropas para países como Venezuelapara fornecer serviços de inteligência e aplicação da lei.
Cuba manteve o uso do poder militar como um recurso valioso para exportar a sua ideologia para países que Angola, Etiópia,Nicarágua,GranadaEl Salvador, Bolívia, Venezuela e muitos mais.
Na altura, o regime sempre mostrou que isso fazia parte da sua “solidariedade” ideológica para ajudar outros países na luta pela “liberdade”. O que está a acontecer agora na Ucrânia é uma nova fase de uma operação tradicional. Desta vez é uma questão de dinheiro e sobrevivência política.
Em 2025, Cuba leva as coisas para o próximo nível. Segundo uma reportagem da CBS News, o número de mercenários cubanos enviados para a Ucrânia está a aumentar, atingindo até20.000 soldados. A tendência mostra que Cuba pode até ultrapassar o número de tropas provenientes da Coreia do Norte ou de Estados falidos em países africanos.
Os jovens cubanos alistados pelas tropas russas acreditaram em promessas de dinheiro e bem-estar para as suas famílias na ilha, mas em vez disso encontraram apenas morte, engano e desgraça.
O regime russo está a explorar a necessidade e o desespero vividos em Cuba e noutros países. A oferta inclui US$ 2.000 por mês, cidadania russa e 15 dias de férias a cada seis meses. Esta é uma promessa atraente que Putin cumpriu apenas pela metade, gerando deserções e descontentamento.
Depois dissorevolta fracassada dos mercenários de WagnerPutin regressou e confiou em Cuba para obter soldados mais altamente treinados para continuar a sua guerra de agressão contra a Ucrânia.
De acordo comDefensores do PrisioneiroA Rússia e Cuba chegaram a um acordo que permite à ditadura ficar com entre 75 e 95 por cento dos rendimentos dos soldados. Sim, a mesma configuração usada nas infames brigadas médicas.
ORegime cubanoafirma que “não faz parte do conflito armado na Ucrânia (a invasão russa), nem participa com militares lá ou em qualquer outro país”, e que os seus funcionários “não têm informações precisas sobre os cidadãos cubanos que participaram de forma independente ou estão participando nas forças militares de ambos os lados na guerra”
Segundo as autoridades cubanas, desde2023 a 2025apenas nove casos pelo crime de mercenário foram apresentados aos tribunais cubanos contra 40 réus. As autoridades judiciais apenas proferiram condenações contra 26 deles.
A lei cubana mantém a proibição do uso de mercenários. De acordo com o artigo 135.º do novoo Código Penal Cubanoqualquer pessoa que pratique atividades militares em território estrangeiro para ganho pessoal será punida com pena de 20 a 30 anos, prisão perpétua e até pena de morte. Legislação semelhante é estabelecida no sistema russo, mas cada país a implementa de acordo com seus próprios interesses e critérios.
A presença de mercenários cubanos entre as tropas russas confirma e reflecte que Moscovo carece de moral e de mão-de-obra para vencer a guerra por si só. O que deveria ser uma curta operação militar especial tornou-se uma guerra opressora e sem fim.
A participação de milhares de mercenários cubanos na guerra contra a Ucrânia revela o desespero, a criminalização e a covardia do regime cubano e da sua revolução fracassada. Este é mais um crime contra a humanidade que merece não só críticas, mas também condenação por parte da comunidade internacional.
As violações dos direitos humanos cometidas por muitos soldados cubanos, alguns deles com apenas 17 anos, são também algo pelas quais Cuba deve ser responsabilizada. O abuso brutal e a fraude contra os jovens cubanos foram amplamente divulgados. O regime cubano afirma simplesmente desconhecer esta situação escandalosa.
A comunidade internacional deve pronunciar-se contra o que está a acontecer aos cubanos no contexto de uma guerra contra um país soberano como a Ucrânia. Este não pode ser mais um crime que fica impune.
Arturo McFields é um jornalista exilado, ex-embaixador da Nicarágua na Organização dos Estados Americanos e ex-membro do Corpo Norueguês da Paz. Ele é ex-aluno do Seminário de Segurança e Defesa da Universidade de Defesa Nacional e do Curso de Liderança de Harvard.