A polícia de Paris disse na sexta-feira que se opôs à proibição solicitada por autoridades eleitas de um show planejado para domingo da banda Disturbed, cujo vocalista é um fervoroso defensor do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Numa carta às autoridades eleitas, o gabinete do governador afirmou que “as condições para proibir este evento não foram cumpridas e tal ataque à liberdade de expressão só pode ser expresso à luz de condições restritivas”.
Acrescentou que o grupo prometeu à Zénith que “nenhum comentário seria feito contrariamente ao regulamento interno da câmara ou à lei”. A delegacia alertou: “Se não fosse esse o caso, ações legais seriam tomadas”.
O deputado da LFI (esquerda radical) Thomas Portes exigiu a proibição deste concerto, o que na sua opinião constituía uma “ameaça direta à ordem pública no nosso país”. Ele lembrou que o vocalista da banda, David Draiman, “o levou ao palco de uma base militar israelense e assinou uma bomba pronta para ser lançada sobre Gaza” em junho de 2024.
O senador comunista Ian Brossat, que concorre à presidência da Câmara de Paris, e o deputado socialista Emmanuel Grégoire também pediram a proibição do concerto.
O concerto da mesma banda, agendado para 15 de outubro na Bélgica, foi cancelado na sexta-feira pelo presidente da comuna de Forest, que citou o risco de “grave perturbação da ordem pública” devido às “provocações” da cantora, segundo a decisão de proibição consultada pela AFP.
Fundada em Chicago em 1994, a Disturbed se tornou uma das bandas de heavy metal mais populares da década de 2000, alcançando grande sucesso comercial com seu primeiro álbum “The Sickness”, lançado em 2000, e depois “Believe” em 2002.
Nascido em Nova York em 1973, David Draiman cresceu em uma família judia, alguns dos quais vivem agora em Israel, e muitas vezes tomou posições públicas para condenar artistas como o guitarrista do Pink Floyd, Roger Waters, que pediram um boicote ao país.