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Pressão epidêmica: como a azitromicina explora a resistência e a mudança clonal em Staphylococcus aureus

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Durante a pandemia que assolou os hospitais em 2019, as infecções da corrente sanguínea tiveram uma companheira insidiosa, bactérias que invadiram a corrente sanguínea: Staphylococcus aureus À medida que a resistência aos antibióticos aumenta. A corrida global para tratar a pneumonia viral inclui frequentemente o uso generalizado de azitromicina, um antibiótico macrólido, um medicamento que visa a síntese de proteínas bacterianas, no meio de preocupações de que esta abordagem possa inadvertidamente exacerbar a resistência aos medicamentos noutros agentes patogénicos. Em meio a essa crise, pesquisadores do Rio de Janeiro se propuseram a comparar Staphylococcus aureus Os isolados foram conduzidos antes e durante a pandemia para tentar compreender como a prescrição de antibióticos e a genética bacteriana se cruzam em ambientes clínicos de alto risco.

As professoras Kátia Santos e Raiane Chamon da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Federal Fluminense analisaram dezenas de Staphylococcus aureus Isolados recuperados de infecções da corrente sanguínea antes e durante a pandemia. O trabalho da equipa, publicado na revista Scientific Reports, revelou alterações nas linhagens clonais, ou grupos familiares genéticos, e um impacto significativo do uso prévio de azitromicina nos padrões de resistência.

No geral, quase metade dos isolados eram resistentes à meticilina e uma proporção menor mostrou resposta limitada a novos tratamentos concebidos para superar a resistência, como a ceftarolina e a daptomicina. As linhagens amplas adaptadas ao hospital dominam, representando aproximadamente 40% das cepas resistentes aos medicamentos, enquanto os genótipos associados à comunidade representam quase um terço de todos os casos. Resistência à meticilina entre pacientes diagnosticados com doença por coronavírus 2019 Staphylococcus aureusUm tipo de bactéria resistente aos antibióticos comuns tornou-se mais comum, afetando a grande maioria das pessoas, em comparação com menos da metade sem ela. As alterações destacam um aumento alarmante de infecções multirresistentes que coincidiu com o aumento da pandemia.

Crucialmente, existe uma ligação clara entre a exposição à azitromicina e o aumento das taxas de resistência. “Isto tem um impacto significativo nas taxas de resistência à cefoxitina, clindamicina e eritromicina. Staphylococcus aureus “Isolados de infecções da corrente sanguínea em pacientes com COVID-19 e correlação com o uso prévio de azitromicina”, explicou o professor Santos. “Os isolados de pacientes tratados com azitromicina em regime ambulatorial antes da hospitalização mostraram um aumento significativo na resistência induzida a macrolídeos, lincosamidas e estreptograminas, o que significa que as bactérias podem ativar as defesas após a exposição, sugerindo pressão seletiva do uso de antibióticos pela comunidade”.

Além das tendências de resistência aos medicamentos, Staphylococcus aureus Mudanças significativas ocorreram durante o período do estudo. Proporção de resistência à meticilina associada à comunidade Staphylococcus aureus As linhagens, incluindo as estirpes identificadas pela primeira vez em surtos comunitários nos EUA, são frequentemente mais virulentas e aumentaram durante a pandemia, substituindo os clones adaptados aos hospitais. “Alternância clonal e o aumento no surgimento de bactérias resistentes à meticilina associadas à comunidade Staphylococcus aureus Também foram descobertas linhagens, ressaltando a importância do monitoramento microbiano contínuo”, enfatizou o professor Chamon, ressaltando a natureza dinâmica das populações bacterianas para a prática terapêutica.

A equipa de investigação utilizou dados clínicos e moleculares, combinados com informações dos pacientes e análises genéticas, para destacar a necessidade de uma gestão criteriosa dos antibióticos, especialmente ao reaproveitar medicamentos num cenário de pandemia. Surtos de resistência à meticilina Staphylococcus aureus A associação entre o uso de azitromicina e a resistência aos macrolídeos em pacientes com COVID-19 fornece um alerta sobre o equilíbrio entre as necessidades atuais de tratamento e o impacto a longo prazo da eficácia antimicrobiana.

Em última análise, a investigação do Professor Chamon e do Professor Santos mostra como a pandemia viral está a mudar a ameaça bacteriana nos hospitais, acelerando a resistência aos medicamentos e remodelando a mistura de tipos de estirpes. Ao vincular o uso comunitário de antibióticos a mudanças mensuráveis ​​na resistência, o estudo fornece insights práticos para equipes de controle de infecções. À medida que os hospitais em todo o mundo se preparam para possíveis surtos futuros, a vigilância contínua e a administração focada de antibióticos são fundamentais para prevenir consequências indesejadas do uso de antibióticos de amplo espectro.

Referência do diário

Whitaker CO, Rocha de Oliveira TL, Ferreira ALP, Nouér SA, Chamon RC, dos Santos KRN “Mudanças clonais e impacto do uso de azitromicina na resistência em Staphylococcus aureus isolado de infecções da corrente sanguínea durante a pandemia da doença coronavírus 2019.” Relatórios Científicos, 2025; 15:597. Número digital: https://doi.org/10.1038/s41598-024-84307-1

Sobre o autor

Dra. Kátia Regina Neto dos Santos é especialista em microbiologia médica e atua como professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. O professor é pesquisador credenciado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e pela Fundação Carlos Chagas Jr. de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. O professor tem feito contribuições significativas à pesquisa sobre Staphylococcus aureus e Staphylococcus coagulase-negativa em termos de diagnóstico molecular e fenotípico de Staphylococcus aureus e Staphylococcus coagulase-negativa, detecção molecular de resistência antimicrobiana e sua correlação com técnicas convencionais, virulência e epidemiologia molecular. A sua investigação centra-se na medicina translacional, envolvendo a prática clínica e a microbiologia na saúde, desenvolvendo métodos que ajudam a orientar o tratamento empírico e o uso racional de antimicrobianos, transferindo assim o conhecimento gerado no laboratório para a prática clínica. Os resultados de sua pesquisa foram publicados em numerosos artigos científicos nas áreas de medicina e microbiologia. O professor orientou vários estudantes de graduação e pós-graduação, muitos dos quais são hoje pesquisadores independentes em diferentes universidades.

Dr.Ryan Cardozo Chamoun Possui graduação em Ciências Biomédicas (2011), mestrado (2013) e doutorado pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Doutor em Ciências (Microbiologia) pelo Programa de Pós-Graduação (IMPG) do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Professor Paulo de Góes. É professora adjunta de microbiologia clínica e atua como titular do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da UFF (2021-2023). Atualmente atua como vice-diretora do departamento e recebeu o título de “Jovem Cientista do Estado” pela Fundação Carlos Chagas Jr. de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro. Sua pesquisa se concentra na caracterização genotípica e fenotípica da resistência e virulência a antibióticos. estafilococo tipo. Separado do Hospital Universitário Antonio Pedro, liderado por estafilococo Grupo de Pesquisa da UFF. Também é docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Patologia da UFF. Adicionalmente, colabora com o Laboratório de Infecção Hospitalar do IMPG-UFRJ em projetos que envolvem caracterização, epidemiologia e estudos moleculares de infecções causadas por: estafilococo tipo. Separado do hospital no Rio de Janeiro.

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