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Dentro do encontro Trump-Zelenskyy: o que os mísseis Tomahawk significam para a Rússia-Ucrânia

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O presidente Donald Trump sinalizou abertura para fornecer à Ucrânia mísseis de cruzeiro Tomahawk, uma medida que poderia expandir significativamente as capacidades de ataque de Kiev. Falando antes da sua reunião agendada com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca, na sexta-feira, Trump reconheceu o interesse da Ucrânia em armas de longo alcance, dizendo: “Temos muitos tomahawks”.

Os mísseis Tomahawk, conhecidos pela sua precisão e capacidade de viajar mais de 1.600 quilómetros a baixa altitude, têm sido um elemento básico das operações militares dos EUA desde o início da década de 1990. Seu baixo custo em comparação com aeronaves tripuladas e histórico comprovado de combate – mais de 2.300 lançamentos nas últimas quatro décadas – fazem deles um recurso estratégico em missões de ataque profundo.

Se aprovada, a transferência representaria um aumento significativo no apoio militar dos EUA, dando à Ucrânia a oportunidade de visar infra-estruturas nas profundezas do território russo.

Por que isso importa

Os Tomahawks são as armas de maior alcance fornecidas pelos EUA à Ucrânia, capazes de atingir alvos a mais de 1.600 quilómetros de distância, incluindo Moscovo, que fica a cerca de 800 quilómetros de Kiev. Sua precisão, velocidade e baixo perfil de radar os tornam uma ferramenta poderosa para missões de ataque profundo. A rápida implantação pelo Pentágono de lançadores terrestres como o Typhon sinaliza uma prontidão crescente, mesmo quando Trump utiliza a ameaça de fornecê-los como alavanca diplomática. A medida poderá mudar a dinâmica do campo de batalha e redefinir o envolvimento dos EUA no conflito.

O que saber

A evolução da estratégia de Trump em relação à Ucrânia sofreu outra reviravolta na quinta-feira, poucas horas antes de uma reunião com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Depois de semanas insinuando um apoio militar mais forte – incluindo a transferência de mísseis de cruzeiro Tomahawk – Trump anunciou planos para uma nova cimeira com o Presidente russo, Vladimir Putin, em Budapeste.

O anúncio seguiu-se a um longo telefonema entre os dois líderes e pareceu suavizar a recente retórica agressiva de altos funcionários dos EUA, incluindo o secretário da Defesa, Pete Hegseth. Os legisladores e analistas ucranianos expressaram confusão sobre a abordagem de Trump, com alguns sugerindo que ele está a tentar uma estratégia dupla: armar a Ucrânia e ao mesmo tempo pressionar diplomaticamente Putin.

A mudança ocorre num contexto de negociações de paz paralisadas que começaram com uma invasão russa em grande escala em 2022 e da crescente frustração com a recusa de Putin em pôr fim à guerra. Zelensky elogiou o recente sucesso de Trump na mediação de um cessar-fogo no Médio Oriente, dizendo que o impulso desse acordo poderia ajudar a resolver o conflito na Europa.

As autoridades ucranianas esperavam uma semana de conversações em Washington com compromissos específicos sobre defesa aérea, resiliência energética e armas de longo alcance. Mas as notícias de outra cimeira Trump-Putin levantam novas dúvidas sobre as intenções dos EUA – e se Zelensky será incluído na próxima ronda de diplomacia.

Trump classificou a conversa como “muito produtiva” e anunciou planos para uma cúpula em Budapeste, onde ele e Putin discutirão o fim da guerra.

O momento da chamada – após sinais de que Trump poderia aprovar as transferências de mísseis Tomahawk – levantou questões sobre a estratégia da administração. Trump disse aos repórteres que os EUA não irão “esgotar” o seu arsenal, acrescentando: “Nós também precisamos deles… por isso não sei o que podemos fazer sobre isso”.

As autoridades ucranianas esperavam garantir compromissos em matéria de defesa aérea e capacidades de longo alcance. Mas o anúncio da cimeira, juntamente com o mais significativo ataque de mísseis e drones da Rússia, lança dúvidas sobre se Zelensky será incluído na diplomacia futura. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alertou que o envio de tomahawks seria considerado uma “grande escalada”.

O que são mísseis Tomahawk e por que a Ucrânia os quer?

Tomahawks são mísseis de cruzeiro guiados de longo alcance, movidos por motores a jato e projetados para voar como uma aeronave de baixa altitude. Utilizados pela primeira vez em combate na Guerra do Golfo de 1991, desde então foram utilizados em dezenas de conflitos. A Ucrânia vê os centros de comando, centros logísticos e aeródromos russos como uma forma de atacar o que actualmente lhe falta. O seu alcance – mais de 1.600 quilómetros – permite à Ucrânia atingir grandes cidades como Moscovo e São Petersburgo, dando a Putin a oportunidade de regressar à mesa de negociações.

Custos dos mísseis Tomahawk: o que sabemos

As versões mais recentes dos Tomahawks custam entre US$ 1,3 milhão e US$ 2,5 milhões cada. Eles carregam ogivas equivalentes a 400 libras de TNT e podem ser lançados de navios, submarinos ou sistemas terrestres como o Typhon. Os EUA lançaram mais de 2.300 Tomahawks em combate ao longo de quatro décadas e têm mais centenas em inventário. Embora eficazes em salvas, as quantidades limitadas e a disponibilidade de lançadores podem impedir o uso operacional da Ucrânia.

Quem fabrica o míssil Tomahawk?

Os militares dos EUA desenvolveram o Tomahawk na década de 1970 e atualmente é fabricado pela Raytheon Technologies. O Pentágono continua a desenvolver capacidades de mísseis, incluindo variantes que podem atingir navios em movimento ou desativar redes elétricas. A versão com armas nucleares foi aposentada em 2013. O sistema de lançamento Typhon – desenvolvido após o colapso do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário – é agora a principal plataforma terrestre para a implantação de Tomahawks.

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