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Natal: quando a sensibilidade volta ao noticiário

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Por Máximo Jurcinovic
No jornal La Nación

Todo mês de dezembro, o Natal mais uma vez ocupa o centro das atenções nas conversas públicas. Luzes, convenções, rituais, equilíbrios. Porém, em meio ao barulho e à aceleração, é importante reavivar uma questão importante: Qual o significado mais profundo do Natal que vivemos a cada ano?

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Afinal, o Natal é uma celebração do nascimento de uma criança, Jesus, apresentado não por poder ou especialismo, mas por vulnerabilidade. Esta informação não é decorativa ou anedótica: é fundamental ler toda a festa. A partir daí brilha o seu significado mais profundo: a humanidade não se constrói a partir da força, mas do cuidado, da intimidade e da ternura.

Mais do que uma tradição religiosa ou cultural, o Natal tem um poder profundamente humano e universal. Fala de vínculos, cuidado, vulnerabilidade e esperança. E propõe uma forma diferente de viver no mundo, inspirada naquele menino Jesus que dá um salto em frente sem se impor, excluir ou sufocar.

O Natal convida você para conhecer. Não como um slogan abstrato, mas como uma experiência concreta: olhar nos olhos, compartilhar o tempo, ouvir sem preconceitos, sentar novamente à mesa. Numa sociedade marcada pela polarização, pela agressão verbal e pelo isolamento, celebrar não é acumular ou exibir-se, mas criar espaço.

Há uma palavra que o Natal traz de volta à circulação e que raramente aparece na vida pública: sensibilidade. Não é sentimentalismo ou ingenuidade, mas uma forma madura de humanidade. A ternura exprime-se no respeito, na ternura no tratamento, na paciência com os cansados ​​ou feridos.

O cerne da história do Natal não é confortável. O nascimento de Jesus começa com uma família deslocada, uma cena que fala de realidades muito atuais. Hoje há também aqueles que ficaram para trás: os pobres, os imigrantes, os refugiados, os abandonados. O Natal pergunta calmamente: Quem deixamos para trás? Que portas ainda estão fechadas?

Para além dos credos, o Natal fala uma linguagem universal: a vida frágil merece cuidado, alegria e paz para ser partilhada. Num mundo onde a guerra e a morte são naturalizadas, a violência entorpece a consciência e banaliza o sofrimento dos outros. O Natal não aceita esta indiferença: o nascimento de Jesus não pode ser celebrado sem afirmar que a guerra e a violência nunca são meios válidos.

O Natal não é apenas uma emoção privada ou um refúgio íntimo. Tem consequências públicas. Pergunte como tratamos aqueles que sofrem, como cuidamos dos fracos, como defendemos aqueles que pensam diferente, como construímos uma comunidade. Talvez celebrar o Natal hoje implique algo simples e ao mesmo tempo exigente: recolocar o ser humano no centro, como fez Jesus na manjedoura. Quando o Natal está na superfície, ele está decorado; Quando se torna um compromisso, é mais uma vez uma boa notícia para todos.

Sacerdote, Diretor do Escritório de Comunicação da Conferência Episcopal Argentina.

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