A União Europeia planeia reforçar o seu arsenal contra a frota de petroleiros stealth utilizada pela Rússia para escapar às sanções ocidentais às exportações de petróleo bruto, inclusive facilitando as inspeções a bordo, de acordo com um documento apresentado ao 27.
“Temos que pensar mais sobre esta questão, temos que ser mais criativos, porque eles (os russos) também estão sendo criativos ao contornar as sanções”, disse a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, na segunda-feira, ao chegar ao Luxemburgo para uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE.
O seu serviço preparou uma lista de opções, incluindo a possibilidade de realizar inspeções nestes navios-tanque.
Segundo este documento consultado pela AFP, a UE quer negociar acordos com os países cujas bandeiras arvoram estes navios da frota fantasma russa, que permitirão “inspeções pré-autorizadas no âmbito da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar”.
A UE também pretende que seja introduzido um novo “instrumento” jurídico no âmbito deste acordo para “responder melhor às preocupações relacionadas com a frota fantasma”.
O presidente francês, Emmanuel Macron, apelou no início do mês aos europeus para “darem um passo” na “política de bloqueio” da frota fantasma russa, um dos quais navios secretos foi retirado pela França ao largo da sua costa.
“Bloquearemos o movimento destes navios depois de sancioná-los em conjunto com os países membros da coligação dos dispostos”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot, no Luxemburgo, na segunda-feira.
A frota paralela utilizada pela Rússia consiste de 600 a 1.400 navios, segundo a UE, dos quais 562 estarão sujeitos a sanções após a adoção do 19º pacote de sanções europeias contra Moscovo, que está atualmente em discussão.
Segundo o presidente francês, o comércio de petróleo atribuído a esta frota furtiva representa “mais de 30 mil milhões de euros” para o orçamento da Rússia e ajuda a financiar “30 a 40% do esforço de guerra” contra a Ucrânia.